{significado}
Fiz literatura para tentar materializar, num ato de suar verso, o que me inquietava o estômago e desritmava minhas mãos. Tentei provar de várias maneiras que aquela mulher, que era feia até a medula, poderia repousar em meus braços e desafinar todas as suas lamentações sobre a falta de reciprocidade que esteve presente em seus relacionamentos, e que hoje teria um retorno amável. Mas sua compreensão para o verbo era um olho no escuro.
Essas são algumas de minhas veias verbais que pulsaram em minha derme e hoje se consomem num lento sacrifício de morte, após ingenuamente acreditar que os breves homens que circulavam por sua casa eram relacionamentos frustrados e não um mero fruto do trabalho: a mulher que amava é de domínio público: doa seu corpo por dinheiro, que acredita ela ser a materialização do amor, o qual tanto batalhei em prová-la.
Faça valer seus desejos e esforços, caro leitor, por mais que se estreitem em mudanças. Contratei seu serviço e, naquela noite, depositei em carne todo o sentimento que se abrigou em mim. Enrabei-a como quem devora uma refeição e sussurrei as verdades do meu passado e como aquilo havia me tirado o fôlego e hoje poderia soletrar o mundo em um suspiro. Ela me respondeu com exclamações do olhar e tentou se distrair com seu corpo sobre o meu. Em poucos minutos ejaculei e a intensidade do prazer foi tão penetrante quando a angústia que ela me fez sentir quando, após os corpos se tornarem dois, disse:
-Transei com você de dó.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
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